3.2.09

. Insanidade .

Postei logo abaixo a bela poesia de Machado de Assis, "A Mosca Azul", inspirada numa lenda milenar em que um servo de um palácio oriental foi mordido por uma mosca azul e ficou tão inebriado que viu seu rosto refletido naquele azul da mosca e começou a imaginar-se Sultão.
A poesia nos diz que a mosca tinha asas de ouro e granada e refulgia ao clarão do sol e da lua...
Que aquele homem rude ficou a contemplá-la, deslembrado de tudo-sem comparar nem refletir... imaginando jóias, mulheres, glória, 14 reis vencidos... Ficou tão deslumbrado que quiz vê-la, saber a causa do mistério... Quando a viu rota, baça, nojenta e vil, esvaiu-se aquela visão fantástica e sutil.
Frei Betto, com toda sua bagagem cultural, escreveu um livro com o mesmo nome, onde faz paralelo com a lenda e o exercício do poder, em que pessoas, uma vez embevecidas, acreditam que são muito mais do que realmente são. Vale a pena ler o capítulo "Espelho, espelho meu, existe alguém com mais poder do que eu?"

PS. Tudo isto me faz pensar que o pessoal da "eficiência" e da eugenia, uma vez picado pela mosca azul, sucumbiu inebriado ao "Tudo será teu se me adorares".