. Pedro Tierra .
Recebi do companheiro Chico Macena e partilho com você, belo poema de Pedro Tierra:
30 de outubro de 2010
500 anos esta noite
De onde vem essa mulher que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos no coração da noite.
De onde vem essa mulher que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo: vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.
De onde vem essa mulher que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo: vem do lado esquerdo do peito.
Por minha boca de clamores e silêncios ecoe a voz
da geração insubmissa para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?
Não me falte agora a palavra que retive ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação, filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha: metal e flor, madeira e memória.
No continente de esporas de prata e rebenque, o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho, afasta a força que sufoca e silencia séculos de alcova, estupro e tirania e lança luz sobre o rosto dessa mulher que bate às portas do nosso coração.
As mãos do metalúrgico, as mãos da multidão inumerável moldaram na doçura do barro e no metal oculto dos sonhos a vontade e a têmpera para disputar o país.
Dilma se aparta da luz que esculpiu seu rosto ante os olhos da multidão para disputar o país, para governar o país.
Autor: Pedro TierraFonte: Blog Lótus Egípcio # posted by Oldack Miranda @ 9:38 AM
30 de outubro de 2010
500 anos esta noite
De onde vem essa mulher que bate à nossa porta 500 anos depois?
Reconheço esse rosto estampado em pano e bandeiras e lhes digo:
vem da madrugada que acendemos no coração da noite.
De onde vem essa mulher que bate às portas do país dos patriarcas
em nome dos que estavam famintos e agora têm pão e trabalho?
Reconheço esse rosto e lhes digo: vem dos rios subterrâneos da esperança,
que fecundaram o trigo e fermentaram o pão.
De onde vem essa mulher que apedrejam, mas não se detém,
protegida pelas mãos aflitas dos pobres que invadiram os espaços de mando?
Reconheço esse rosto e lhes digo: vem do lado esquerdo do peito.
Por minha boca de clamores e silêncios ecoe a voz
da geração insubmissa para contar sob sol da praça
aos que nasceram e aos que nascerão de onde vem essa mulher.
Que rosto tem, que sonhos traz?
Não me falte agora a palavra que retive ou que iludiu a fúria dos carrascos
durante o tempo sombrio que nos coube combater.
Filha do espanto e da indignação, filha da liberdade e da coragem,
recortado o rosto e o riso como centelha: metal e flor, madeira e memória.
No continente de esporas de prata e rebenque, o sonho dissolve a treva espessa,
recolhe os cambaus, a brutalidade, o pelourinho, afasta a força que sufoca e silencia séculos de alcova, estupro e tirania e lança luz sobre o rosto dessa mulher que bate às portas do nosso coração.
As mãos do metalúrgico, as mãos da multidão inumerável moldaram na doçura do barro e no metal oculto dos sonhos a vontade e a têmpera para disputar o país.
Dilma se aparta da luz que esculpiu seu rosto ante os olhos da multidão para disputar o país, para governar o país.
Autor: Pedro TierraFonte: Blog Lótus Egípcio # posted by Oldack Miranda @ 9:38 AM
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home